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Carta á um antigo amor platônico

28/01/2013



Oi,
Sei que faz muito tempo e que agora você sequer está na minha lista de amigos no Facebook. Sei que provavelmente não lembra perfeitamente de mim ou de nossas conversas durante a madrugada. Sei que você continua me achando infantil, nova demais, uma criança. Mas, apesar de tudo, eu quero que você saiba que eu gostei de você. De uma maneira pura e infantil, mas eu gostei. Não era amor, eu sequer sei o que isso significa, era um tipo saudável de obsessão. Um sonho impossível, uma meta a ser alcançada por uma pequena garota.

Quero que você saiba que eu era idiota o bastante para gostar de você e agora tudo mudou. Fiquei sabendo que nossos amigos em comum andaram falando de mim para você e você continua sustentando aquele mesmo argumento furado “ela continua nova demais”. Só para constar, eu cresci. Você pode não ter percebido, mas não sou mais aquela gordinha estúpida que você costumava iludir. O tempo não para  pra ninguém, você deveria saber. A cada dia que passa você está ficando mais velho e eu também; é a vida. Mas há essa pequena diferença de idade entre mim e você que sempre fará de mim “nova demais”.

Quero que você me apague de suas lembranças e esqueça que eu existo, caso você ainda não tenha feito isso. Estou seguindo em frente e te deixando para trás, agora é oficial. Por anos você esteve comigo, dentro deste coração teimoso e inseguro que se prende ao passado. Essa mesma insegurança me ensinou que não devemos confiar em qualquer um e você é “qualquer um” e eu não confio em você.

Esqueça nossos passeios e conversas, o meu ciúme sem razão e as mensagens que trocamos. Esqueça todas as minhas promessas e as coisas estúpidas que eu fiz para tentar te conquistar. Ah, obrigada por me ensinar que caras idiotas existem e por me ajudar a perceber que idade é apenas um número, e ele não trás maturidade. Continue com seus sonhos pequenos e com suas preferencias estranhas. Sinto muito, mas você não é perfeito e o mundo sabe disso. Continue iludindo quem você quiser e sendo iludido por quem quiser. A idiota da vez não sou eu.

A propósito, você está perdoado. Por tudo que você fez e deixou de fazer. Eu estou livre para ir, nada mais me prende aqui. Não existem horizontes, nem limites. O céu é pouco para tanta vontade de voar.

Beijos,
Uma antiga admiradora não-anônima


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